Amanhecer parte 2

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quarta-feira, 17 de março de 2010

“Kristen, você é quente!”

No beco muito apropriado atrás de um pequeno clube em Los Angeles chamado The Smell, Cherie Currie, ex-vocalista da banda só de garotas dos anos 70 “The Runaways”, grita para a garota-do-momento Kristen Stewart, a poucos metros de distância.

Cherie poderia estar muito bem se referindo à temperatura corporal da garota: o clima do meio dia em julho é sufocante, e Stewart, vestida dos pés a cabeça em couro preto para o papel da ex-companheira de banda de Cherrie, Joan Jett, está com suor escorrendo pela testa. Kristen está numa pausa para um cigarro; ao lado dela, Dakota Fanning, que interpreta Currie no filme, come um lanche vegetariano. Enquanto dois fãs de Crepúsculo se demoram perto de uma lixeira na esquina, esperando ver alguma das estrelas da franquia, os paparazzi – que rondaram a produção pelo mês todo, para a frustração da diretora-escritora Floria Sigismondi – estão ausente nesse dia, que é o penúltimo de filmagens.

Currie está, na verdade, falando sobre como Kristen se parece com Jett, e realmente elas são idênticas. Minutos antes, Jett, que também é produtora executiva, conversou pessoalmente com Kristen, suas cabeças abaixadas, cada uma com uma mão segurando em uma cerca feita de correntes, parecendo gêmeas, exceto na idade. (A Jett de 51 anos também é um pouco mais baixa do que sua cópia de 19 anos). Enquanto Kristen se prepara para entrar, ela sorri e diz apenas: “Joan também era”.

Milhões de pessoas sabem que Kristen cortou e pintou o cabelo de preto ano passado, mas ela não conseguia nem dizer o nome de uma única música do The Runaways. (Nem Kristen nem Dakota tinham ouvido falar do The Runaways antes de serem escolhidas para o elenco do filme). As Runaways eram cinco garotas adolescente compondo e tocando um rock agressivo e sexualmente desafiador num tempo que todos os seus colegas eram mais velhos e poucas eram mulheres.

No entanto, a importância da banda continua não sendo tão comercial. Embora as auto-proclamadas “rainhas do barulho” conseguiam “até tocar”, como críticos na época observaram com surpresa e até com um traço de ceticismo, The Runaways nunca vendeu tão bem nos EUA(o seu maior álbum, o de estréia, vendeu 25.000 cópias) quanto vendeu no Japão. Elas gravaram quatro álbuns em quatro anos, mas só emplacaram um provocante single: “Cherry Bomb”, onde uma Cherrie de 15 anos promete: “Eu vou te dar algo para viver por / Tenha-a, pegue-a, até que você fique dolorido”.

Imaginando que as Runaways estavam prontas para uma reestréia, sete anos atrás o empresário de Jett, Kenny Laguna, começou a fazer compras em torno de uma idéia de roteiro baseado numa versão revisada e mais explícita da auto-biografia de Currie de 1989, Neon Angel (lançada este mês, para coincidir com o filme). “Eu pensava que era importante marcar a história”, Laguna disse. “Se eles fizessem um filme sobre as Go-Go’s ou The Bangles, então elas seriam lembradas como as bandas que quebraram barreiras”.

No entanto, apesar do título, todos envolvidos no The Runaways tem um pouco de ressentimento com o termo “filme biógrafo”. “Eu estou me sentindo dançando entre a realidade e a licença poética,” disse Sigismondi, que já dirigiu vídeo-clipes de Marilyn Manson e White Stripes. “Eu queria fazer uma grande produção sobre garotas cujo mundo do Rock’n’Roll era extremamente livre comparado com o daqueles que viviam nas ruas do subúrbio”. O que explica o por que da história lidar com a amizade, e intimidade, algumas vezes, entre Jett e Currie. A pedido das atrizes, as duas roqueiras foram ao set quase todos os dias.

“Eu estou confortável com isso”, admitiu cautelosamente Jett, com seu leve sotaque da costa leste, logo depois da estréia do filme no festival de Sundance em Janeiro. “Eu estou segura sobre o que aconteceu. Mas se fosse um filme sobre Runaways, então ele teria seu foco no resto da banda.” A guitarrista Lita Ford, que Cherrie diz “não ser uma pessoa fácil de se conviver”, e unanimemente adorada mais problemática Sandy West, a baterista que co-fundou a banda com Jett em 1975, ganharam pouco tempo nas telas; a baixista que virou advogada Jackie Fox foi descrita como uma personagem composta, com medo que ela pudesse processar a produção do filme de alguma maneira. “Eu não queria que nenhuma delas odiasse o filme, mas obviamente não tinha controle sobre isso”, acrescenta Jett. (Ford se recusou a ser entrevistada para esse artigo).

Inicialmente, tanto Jett quanto Currie estavam apreensivas com a idéia do The Runaways ganhar tanta atenção de Hollywood. Nenhuma delas se importou com o documentário da uma vez baixista Vicki Blue, chamado Edgeplay, que revelou as brigas intensas das garotas (aparentemente, Ford e Currie ainda discordam sobre qual das duas chegou duas horas atrasadas para um ensaio fotográfico em 1977 que levou Currie a sair da banda).

Mas a contratação de Kristen trouxe para Jett, nas palavras dela, alívio. “Eu não sei o suficiente sobre Crepúsculo para ter uma opinião sobre ele,” diz ela. As duas se conheceram na véspera de fim de ano de 2008, quando Jett passou uma hora entretendo a atriz de então 18 anos com histórias das Runaways enquanto sentavam no chão do banheiro do quarto de hotel de Jett. “Eu podia sentir que ela queria realmente me encarnar”.

Stewart diz: “Eu estava apavorada, eu estava, tipo: ‘Ah meu deus, por que diabos eu estou aqui?’. Não como se eu não quisesse, mas apenas como: ‘Como isso está acontecendo?’ Este foi o trabalho mais legal que eu já tinha feito – foi algo diferente durante um longo período com filmes que eram praticamente a mesma coisa. Eu sabia que precisava cortar o cabelo de Bella. Eu precisava poder girar minha cabeça e sentir o suor escorrendo.”

De volta ao escuro e dilapidado Smell, que estava substituindo a famosa discoteca inglesa do DJ Rodney Bingenheimer, freqüentada na época por uma Jett de 17 anos, Sigismondi se prepara para o que parece ser a 20ª tentativa de filmar a cena onde o produtor Kim Fowley (interpretado de forma carismática por Michael Shannon) apresenta Currie para Jett. Destaque para as calças patrioticamente coloridas e para os dolorosos sapatos plataforma.

“Dakota assistiu meu filme [de 1980] Foxes. Ela se parece tanto comigo,” Currie conta orgulhosa para sua irmã gêmea, Marie, que apareceu para uma visita. Jett anda de lá para cá, com fones de ouvido e carregando um monitor portátil. “Eu não quero estar na linha de visão de Kristen e atrapalha-la,” ela diz.

Duas semanas antes, um blog de fofocas noticiou que Jett fez Stewart chorar no set, mas Kristen insistiu: “É tudo mentira”. Jett elaborou: “Qualquer pressão que Kristen sente, ela joga tudo nela mesma. Ela sabe que tem muito para fazer, e ela quer me agradar”.

Finalmente, as câmeras começam a rodar. “Gimme Danger” do The Stooges no sistema de som, os extras começam a dançar como freqüentadores assíduos de clubes, seus braços erguidos. Depois que a música para, eles continuam dançando em silencio enquanto Shannon mede Fanning e oferece a ela uma chance para entrar na banda junto com Kristen.

Quando Sigismondi grita “Corta!”, Currie faz sinal de positivo para Fanning. A mãe de Dakota, que ficou assistindo enquanto Fowley chama sua filha de 15 anos de “vadia” e manda ela cantar “como se quisesse um orgasmo”, carinhosamente fala para a atriz que ela fez um bom trabalho.

É uma cena divertida – e uma extremamente fiel ao que aconteceu de verdade, exceto que o local era uma discoteca adolescente chamada Sugar Shack. Mas coisas que ocorrem mais tarde, como como a banda ainda conseguiu se segurar após a saída de Currie, foram ignoradas para que pudesse haver uma separação mais dramática entre as duas garotas.

“As coisas que estavam erradas me deixavam louca, e eu irritei muito Floria,” Stewart confessa. “Ela estava sempre me dizendo: ‘Kristen, nós não estamos esse filme’. Até Joan estava, tipo ‘Ok cara, relaxe, está tudo bem’”.

Mas a objeção de Kristen é valida. Tem havido uma grande demanda de filmes biográficos ultimamente – o filme de 2007 “What We Do Is Secret” foi baseado no The Germs, uma banda que Jett produziu, e filmes que estão a tempos sendo produzidos do Ramones e Iggy Pop virão logo, logo. Sigismondi especulou que a década de 70 é tão popular pois “temos tantas figuras icônicas que vieram dessa época. Só existe um Iggy. Só existe uma Joan. É difícil ser original ultimamente”. Então, por que fazer um filme sobre pessoas reais e transformar suas vidas em ficção?

Ultimamente, como no caso das Runaways, há muita história para se compactar em 90 minutos. “A maior parte das loucuras que Cherie nos contou não pudemos incluir no filme – ele teria sido completamente diferente,” Stewart disse. “Eu não queria, tipo, exclui essas partes, mas eram completamente loucas.” Da mesma maneira, não há um acordo universal sobre a narrativa. Jett conta Fowley, que co-escreveu muitas de suas músicas, como “um amigo póximo”, enquanto Currie diz que ele é “verbalmente abusivo” e roubou da banda. De acordo com Shannon, Fowley contou a ele em um jantar, “Não era só eu gritando com elas. Não me faça parecer o cara mau. Quando eu morrer, é assim que as pessoas irão se lembrar de mim.” A preocupação de Fowley têm um bom motivo: esses filmes serão mais vistos do que documentários. Adicione a maior estrela do mundo, e o número de olhos arregalados aumento exponencialmente.

Não menos, há um grande prazer em observar garotas adolescentes encontrarem suas identidades de uma maneira tão profundo, ainda mais quando elas não precisam tratar coisas como menstruação, masturbação e experiências sexuais como taboos. Interpretar personagens tão liberais claramente fez um grande efeito nas atrizes. Nas pausas das filmagens, Stewart ia para seu trailer ensaiar suas falas e treinar guitarra com Jett. Em dois dias, o elenco irá viajar para os arredores de L.A. para re-encenar um show no Japão em 1977, onde Currie abalou com um espartilho branco durante “Cherry Bomb”.

Mesmo a comportada Fanning, cuja contratação parecia completamente acertada depois de voltar para casa com uma tatuagem falsa de cereja e encontrar o script esperando por ela, ficou encantada com a metamorfose. “Cara, quando eu subi naquele palco, eu era uma pessoa completamente diferente,” ela disse alguns meses depois de filmar com o espartilho. “Eu poderia ter feito essa cena o dia todo!”

Foi a chance do The Runaways ser apreciado por outra geração – viciados em Crepúsculo com certeza entre eles – que convenceu Jett que o filme era uma boa idéia. “O melhor resultado para mim era ver nossa música por ai novamente”, ela disse, adicionando com uma risada, “Assista – no verão todas as garotas estarão com cortes de cabelo descolados e irão tocar em bandas”.

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